Prof. Paulo Henrique
Leitura Diária
Sábado Jr 7.10 - A profecia apregoa a paz, a harmonia e a justiça social.
Texto Áureo.
Verdade Prática
O objetivo principal da profecia bíblica é levar o homem a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de que haja ordem e bem-estar social.
Leitura bíblica em Classe
Introdução
A bíblia mostra clara e constantemente o interesse divino pelo bem-estar social dos seres humanos. A justiça social está presente na Lei e nos Profetas, abrangendo o aspecto político e religioso. Os profetas de Israel combatiam a injustiça social com o mesmo impeto com que atacavam a idolatria. Ainda que muitos deles não foram ouvidos em sua geração, contudo, preconizaram um modelo ético de alto nível para a sociedade de Israel e para todos os povos.
I - O Papel Político e Social da Profecia nas Escrituras.
1. O profeta e o povo.
Antes da instauração da monarquia em Israel, os profetas eram vistos como figuras centrais pela sociedade, pois eram os únicos canais humanos e legítimos de comunicação entre Deus e o povo. Os arautos de Deus eram líderes não apenas religiosos, mas também políticos, cujas atividades proféticas cumpriam importantes funções de ordem política e social. Isso pode ser percebido claramente em Moisés ( Dt 34.10-12) e Samuel que, inclusive, iniciou o seu ministério num período em que a profecia era escassa (1 Sm 3.1,20,21) e (1 Sm 7.15-17).
2. O profeta marginalizado.
No período dos reis de Israel e Judá, os profetas de Deus ficaram fora dos círculos reais, com exceção de Isaías (39.3). O ministério do profeta messiânico se estendeu até os dias do rei Manassés que, segundo a tradição rabínica, mandou serrar Isaías ao meio (Hb 11.37). Com a decadência espiritual dos monarcas de Israel, os profetas desenvolveram seu ministério distante do culto central. Dessa forma, se empenharam em mudar a estrutura social tanto em Samaria como em Jerusalém, diante de tanta corrupção e injustiça generalizada.
II. O Profeta é Enviado ao Rei
1.O princípio do fim do reino de Judá.
Como vimos na leitura bíblia, embora tenha jurado lealdade e obediência aos babilônicos ( 2 Cr 36.11-14) e, por isso, reinado onze anos em Jerusalém, o rei Joaquim ( que teve o seu nome mudado pelo rei da Babilônia, o qual passou a chamá-lo de Zedequias) rebelou-se contra o rei dos caldeus no oitavo ano de seu reinado ( 2 Cr 24.8-17). Mesmo já estando Judá sob o domínio babilônico, tal postura ocasionou a destituição do rei Joaquim por Nabucodonosor e 598 a.C., que mandou levá-lo para a capital do Império e colocou seu tio, Matanias, em seu lugar.
2.Profecia dirigida ao rei
O exército dos caldeus, liberando as demais tropas dos povos conquistados, estava á volta de Jerusalém esperando o assédio final. Jeremias já vinha anunciando durante décadas o trágico fim do reinado de Judá (1.15), (5.15), (6.22), (10.22), (25.9). Mesmo assim, em seus oráculos havia esperança de livramento da parte de Deus se o povo se arrependesse de seus pecados e renunciasse ás injustiças sociais ( 7.5-7) ; (22.3,4). O rei juntamente com os seus príncipes e a maior parte do povo rejeitaram a mensagem de Jeremias e a dos demais profetas ( 2 Cr 36.12,15,16). Agora, cerca de 40 anos depois de proferir esse discurso, Deus encarrega o próprio Jeremias de comunicar ao rei que a destruição de Jerusalém é irrevogável:"Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei da Babilônia, o qual a queimará".
3. O destino do rei Zedequias é anunciado
Se quisesse ter paz, o povo deveria se submeter ao rei da Babilônia, pois Jeremias Afirmava em sua mensagem que o cativeiro haveria de durar 70 anos (25.11-14) ; (29.4-10). Além disso, segundo a profecia divina proferida por Jeremias contra o rei Zedequias: este seria entregue nas mãos do rei de Babiônia. Infelizmente, os contemporâneos deste profeta acreditavam mais na mensagem de um falso profeta chamado Hananias, que incitava o povo a se levantar contra o rei de Babilônia, dizendo -mentirosamente - que em dois anos seria quebrado o jugo dos caldeus(28.11). Por isso, esse profeta era visto com desconfiança, como um espião em favor dos inimigos, e tido como traidor (37.13)
III. Questão de Ordem Social.
1. A liberdade dos escravos hebreus
A legislação hebraica sobre o escravo hebreu era diferente da do escravo estrangeiro. Pro razões de falência econômica, o israelita se vendia como escravo ao seu irmão, porém, Moisés limitou a escravidão de hebreus ao período máximo de seis anos, quando este devia ser libertado ( Êx 21.2 ); (Dt 15.1-18). Esse preceito, porém, não era observado(v.14). Quando Jerusalém estava sitiada pelos caldeus, Zedequias resolveu libertar os escravos, esperando com isso o livramento divino. Era, infelizmente, tarde demais e, acima de tudo, tratava-se de ima reação artificial e interesseira.
2. A alforria dos escravos é cancelada.
O profeta Jeremias anunciou que o rei do Egito retornaria a sua terra e o cerco da Cidade Santa pelos caldeus recomeçaria ( Jr 37.5-8 ). - Convém salientar que os capítulos do livro de Jeremias não estão em ordem cronológica . Entretanto, os fatos de Faraó ter vindo em socorro de seu aliado Judá, o cerco de Jerusalém ter sido suspenso e os caldeus se retirado, fizeram com que o rei Zedequias e os seus principes não acreditassem no profeta de Deus. Assim, pensando estarem salvos do perigo, revogaram a lei da libertação dos escravos ( v.11). O pecado maior deles consistiu em desfazer um concerto religioso feito em nome de Deus e no Templo: V.15 . A cerimônia de libertação dos escravos foi um pacto feito no Templo, quando eles sacrificaram um bezerro, dividindo-o ao meio, passando em seguida entre as metades (v.18). Esse, aliás, era um método dos povos antigos de ratificar um tratado ( Gn 15.10,17). Esse ritual significava que a parte que violar o pacto terá o mesmo destino do animal sacrificado. Assim, este era um ato ignominioso de traição e de deslealdade, acrescido do perjúrio ( Êx 34.18,20).
3. A indignação divina
Em vez dos babilônios, foi o próprio Deus quem liberou a espada para a destruição de Judá. A reação divina contra a atitude indigna e vergonhosa de Zedequias, de seus príncipes e dos grandes de Judá, tinha a sua razão de ser. A parte final do capítulo 34 descreve o duro juízo do Senhor sobre o provo escolhido.
Toda honra toda Glória seja dada ao nosso Deus.